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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

As nossas faces da alma.


Busco em mim a a outra face,
a outra metade,
o outro Eu
perdido em pensamentos,
em vertigens supostas de um passado inexistente
pela sombra do medo
pela sombra do Eu que não quero me encontrar,
ou até mesmo desejo de encontrá-lo.

Procuro em ti o que eu não tenho em mim,
busco em mim o que eu nunca encontrei em ti.

E aqui estar a minha outra face,
minha outra metade,
meu outro Eu.

E assim me perco nas minhas dúvidas,
ou talvez
nas minhas certezas de que eu nunca vou te encontrar,
de que eu nunca vou te ter como meu coração te tem.

Tua face desconstrói todos os meus sentidos,
todos os meus pensamentos, todos os meus sonhos,
e é como se você fosse o âmago de minha alma,
a mais solitária, a mais sonhadora,
a incessante de sentimentos,
estes únicos...

Cada lágrima derramada,
escorrida pela minha face são exatamente
pela ausência infinda, tua, em minha vida.

Desejar te amar é como não querer morrer,
é como se a morte viesse sem eu mesmo querer.

Dizer que te amo seria falar em vão pelo simples fato de você nunca
estar aqui, junto a mim.

Ao menos teu abraço,
sem o teu beijo.

Ao menos o teu olhar,
sem paquerar.

Ao menos o teu cheiro,
sem eu nunca esquecer,
porque na verdade nunca te esqueci.

Ao menos o teu toque ,
sem a gente nunca ter se tocado.

Ao menos o teu sorriso,
sem rir de mim.

Ao menos o perigo de se atrever
no proíbido de te ter.

Ao menos o teu amor,
sem mesmo você nunca ter me amado
o quanto eu te amei,
o quanto eu ainda te amo!


(Gilvan Lourenço - Jan/2012)



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