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quinta-feira, 24 de março de 2011

Quem sou eu?


[...]

A alegria é um modo de olhar para a vida e para si mesmo diante da vida, por desejá-la tão intensamente a ponto de nos lançarmos na conquista de nós mesmos. Para nos fazermos, para nos habilitarmos a sentir o sentido da vida.... Trata-se da coragem de dizer sim para cada dia que se inicia, para cada momento. De sentir o infinito valor do tempo que passa e alcançar a possibilidade de ver a beleza e o bem de existir. A enorme beleza e o bem de simplesmente existir. Mas este não é o caminho mais fácil, e pode requerer um enfretamento interior. Mas é ao nos enfrentarmos, é ao ultrapassarmos nossos próprios limites que nos reconhecemos, que sabemos do que somos capazes que nos fazemos.

Mas não nos fazemos sós. Em nós habitam aqueles que amamos. Eles talvez possam ser encontrados em algum gesto, em algum prazer que aprendemos ou desaprendemos {...}

Cada um de nós é habitado por suas relações amorosas. Somos feitos de ligações. Cada um é único, e é também uma multidão. E este único talvez seja o modo como esta multidão vai se fazendo você mesmo. Onde o outro passa a se você mesmo. E colocar-se no lugar do outro reverbera no encontro do outro em você.sendo assim, a pergunta quem sou eu transforma-se nessas outras: Quem eu me fiz, quem eu estou me fazendo? Quem eu estou escolhendo ser? Pois em cada escolha, não escolhemos apenas o que vamos fazer ou com quem vamos nos relacionar, mas escolhemos quem vamos ser.

Sérgio Augusto Sardi ( Professor de Filosofia da PUCRS)

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