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sábado, 15 de outubro de 2011

POR QUE RESISTIMOS ÀS MUDANÇAS?


"Não continue a viver sempre do mesmo jeito antigo.
Trabalhe a sua mente para que alguma coisa seja feita para melhorar sua vida, e
então faça. Mudar sua consciência; é tudo o que é necessário
fazer"A grande maioria de nós, seres humanos, tem
medo das mudanças, quer sejam positivas ou negativas. Mas, enquanto não
aceitarmos a transitoriedade da vida, não conseguiremos um estado de paz e
tranqüilidade.Viveremos em segredo controlando cada passo, cada gesto,
para que, quem sabe, agindo corretamente, fazendo tudo o que a cartilha nos
manda, construiremos uma vida eternamente equilibrada e imutável.Faremos
um castelo e ninguém e nada poderá derrubá-lo, nada de mal poderá destruí-lo. É
nessa ilusão que vivemos, sem enfrentar a realidade da transitoriedade de tudo e
de todos nós.A impermanência e a morte pertencem à vida e é perda de
tempo negá-las. Somos apegados a tudo que construímos e conquistamos, sejam
pessoas ou coisas, não conseguimos compreender que tudo passa. Por mais
agradável que seja nossa experiência, ela passará.Acredito que a
impermanência seja a grande bênção que temos em nossa vida, pois através dela
temos o direito de crescer e de nos aliarmos ao tempo e também, por que não,
esquecer nossas dores, frustrações e cicatrizes.O tempo é nosso grande
aliado na vida, pois através dele essa grande lei atua perpetuamente. Imaginem a
impossibilidade de transformar um hábito negativo, de esquecer um amor que nos
faz ou fez sofrer, ou a perda de um ente querido?O nascimento é a grande
benção, mas a morte deve seguir seu destino. Não apenas a morte definitiva de
nosso corpo físico, mas a morte de pequenas ou grandes coisas que vivemos
diariamente.Sem perder de vista que não existe morte que não seja
seguida de renascimento. Apesar de a impermanência ser um dos aspectos mais
positivos da vida, por que sofremos tanto com as mudanças?O budismo
chama a esse sentimento de sofrimento da mudança. Sabemos, por experiência, que
tudo o que fica parado, apodrece, e que ausência de movimento é sinal de
morte.Nosso corpo físico, quando morremos, endurece, paralisa, vira uma
pedra pela falta de movimento, de pulsação. A vida é caracterizada pelo
movimento, portanto, a permanência das coisas é sinal de não vida, senão de
morte. Pulsar é viver em constante movimento, em constante
atividade.Vida é transformação constante, não tem como mudar essa lei. É
a lei da vida, movimento e transformação. De nada adianta querermos impor a
perpetuação, a imutabilidade das coisas.Nada é permanente, perene, tudo
é passível de mudanças, tudo é passageiro. Enquanto não aceitarmos essa
irrevogabilidade, não conseguiremos ser felizes. O apego às coisas, à própria
rotina, nos impede de abrir espaços para o novo.Nos queixamos
constantemente dessa mesma rotina, e também de que nada acontece em nossas
vidas. Mas perpetuamos as mesmas lamentações, as mesmas frustrações que fizeram
parte de nossas vidas, muitas vezes, há muitos anos atrás.Parece que
gostamos de ficar apegados ao passado, com as mesmas queixas, que impedem nosso
crescimento e avanço para diante. Quando algo começa a incomodar, a crise começa
a se instalar, uma voz muito aguda e às vezes assustadora grita em nossos
ouvidos: hora de mudar!Nesse momento, o melhor que temos a fazer é um
balanço consciente do que está errado, do que não está dando certo, do que não
está mais pulsando, e, com coragem e determinação, promover consciente e
objetivamente a própria mudança, antes que a vida, a Providência Divina, nosso
inconsciente ou destino, chame você do que quiser chamar, se encarregue de fazer
essa mudança por nós.E, com certeza, quando a vida resolve agir em nosso
lugar, é porque ainda estamos persistindo no caminho antigo, nos recusando,
assustados a mudar. Existem pessoas que simplesmente se recusam a mudar, ficam
atreladas a um passado longínquo, cultivando emoções muitas vezes sofridas ou
ocasionadas por situações que, obsessivamente se recusa a deixar passar, ir
embora, se dissolver no éter do tempo.Devemos fazer como os budistas,
contemplar a transitoriedade, aceitar a inevitabilidade, assumir um papel mais
pró ativo em relação aos acontecimentos da vida. Quando aceitamos essa realidade
e ficamos atentos à inevitabilidade das mudanças, conseguimos relaxar, pois
saímos do controle, entramos em sintonia com a energia da fé e da continuidade
natural do fluxo vivo e pulsante deste Universo.
(Texto de Eunice Ferrari)

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