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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Saudades


Saudades! Sim... Talvez.... e porque não?...

Se o nosso sonho foi tão alto e forte

Que bem pensara vê-lo até a morte

Deslumbrar-me de luz o coração!


Esquecer! Para quê?... Ah! Como é vão!

Que tudo isso, amor, nos não importe,

Se ele deixou beleza que conforte

Deve-nos ser sagrado como o pão


Quantas vezes, amor, já te esqueci

Para mais doidamente me lembrar,

Mais doidamente me lembrar de ti!


E quem dera fosse sempre assim:

Quanto menos quisesse recordar

Mais a saudade andasse presa a mim!



(Florbela Espanca)

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